sábado, 2 de fevereiro de 2008




XI ESTAÇÃO

JESUS É PREGADO NA CRUZ




V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Leitura:

Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali O crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. Pilatos redigiu uma inscrição e a fixou por cima da Cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus” (Lc 23, 33; Jo 19,19).
Junto à Cruz de Jesus estavam de pé Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu Sua mãe e perto d'Ela o discípulo que amava, disse à Sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo A levou para a sua casa (Jo 19, 25-27).

Meditação:


Por fim chega Jesus ao Calvário, lugar onde, segundo uma piedosa e antiga tradição, Adão havia sido sepultado. Ali abundara o pecado, ali transbordaria a graça.
Crucificado! Aquela mesma Cruz que tanto Lhe pesava sobre os ombros seria Seu instrumento de morte. Os braços abertos para atrair a Si a humanidade inteira, sem distinção de pessoas de qualquer espécie, conforme afirma S. João Crisóstomo. Já em estado pré-agônico, enormes cravos perfuram Suas sagradas mãos e divinos pés, levando-O a contorcer-Se de dores.
O requinte de maldade de seus acusadores chega ao ponto de O crucificarem entre dois ladrões para ser considerado também como tal.
E Pilatos, como bom representante de todos os que procuram tomar uma posição de neutralidade entre o Bem e o Mal, ao mesmo tempo em que condenava à morte Jesus, quis reconhecer sua realeza sobre o povo que exigia a crucifixão d'Ele. Terminava assim, de “lavar” as mãos do sangue do Inocente.
Ao pé da Cruz, enquanto os soldados repartiam entre si os haveres materiais do Divino Crucificado, Ele entregava Sua preciosa herança – Maria Santíssima – ao discípulo amado, num último e supremo gesto de amor filial. Também ali estavam as Santas Mulheres, dignas de admiração por sua corajosa determinação de permanecer junto à Cruz, os olhos postos no Salvador, insensíveis ao ódio dos fariseus que pusera em fuga os Apóstolos. Mas, exemplo sem igual nos dá a Mãe de Deus, como lembra Teófilo: “Imitai, ó mães piedosas, esta que tão heroico exemplo deu de amor maternal a seu amantíssimo Filho único; porque nem vós tereis mais carinhosos filhos, nem esperava a Virgem o consolo de poder ter outro”.


(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Eu Vos dou graças, Ó Jesus meu! Reconstituo, nesta meditação, o drama da loucura de amor de um Deus por Suas criaturas. Se fosse eu o único a haver pecado, Vosso procedimento não teria sido outro. Por isso, afirmo com toda certeza: Vós fostes crucificado por mim. Nada faltou para Vos fazer sofrer até o extremo da dor.
Que Vossa crucifixão arranque de minha alma os caprichos e os vícios que me desviam de Vós. Quantos apegos, quantas paixões, quantos delírios... Concedei-me as mesmas graças derramadas sobre o bom ladrão e possa eu, assim, um dia estar convosco no Paraíso.
Que eu escolha sempre a posição do Bem e jamais siga as vias de Pilatos.
Em relação àqueles que são meus, jamais tenha eu um amor egoísta, impedindo-os de cumprirem sua vocação.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.



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XII ESTAÇÃO

JESUS MORRE NA CRUZ


V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Leitura:
Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir penamente a Escritura, disse: “Tenho sede”. Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lha à boca. Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: “Tudo está consumado”. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.
Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro que com Ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como O viessem já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água (Jo 19, 28-30; 32-34).


Meditação:


Jesus é a Sabedoria de Deus encarnada. Tudo n'Ele acontece por altíssimas razões. Por isso diz o Evangelista: “Sabendo Jesus que tudo estava consumado”, ou seja, naquela hora extrema, Jesus ia conferindo os fatos com as profecias e ao verificar a ausência de um detalhe “para se cumprir plenamente a Escritura, disse: ‘Tenho sede’”. Se faltassem provas para demonstrar Sua divindade, esta seria uma: a extrema superioridade de espírito com que vivia todos os episódios da Paixão.
Afirma Santo Agostinho que o vinagre simboliza o vinho dos patriarcas e dos profetas que se azedara em seus descendentes. “Um vaso cheio de vinagre”, ou seja, um coração cheio de maldade.
Inclinou a cabeça e rendeu o espírito”. A este respeito afirma Santo Agostinho: “Quem pode dormir quando quer, como Jesus morreu quando quis?”. E no mesmo sentido, lemos em São João Crisóstomo: “Por Seus atos indica o Evangelista que Ele era Senhor de todas as coisas”.
Saiu sangue e água”, que simbolizam os Sacramentos da Igreja, indispensáveis para nossa salvação. São João emprega o verbo “abrir” para significar a abertura da porta da qual nasceria a Santa Igreja. “Por esta razão – diz Santo Agostinho – foi formada a primeira mulher da costela de Adão adormecido, e este segundo Adão (Jesus), inclinando a cabeça, dormia na Cruz, para que fosse fundada Sua esposa (a Igreja) e nascesse de Sua costela durante o sono. Oh, morte que os mortos ressuscitas! Que há mais puro do que este sangue? E mais saudável do que esta ferida?”

(Breve pausa para reflexão)


Oração:

Ó meu Jesus, prova de maior amor não há! Vós destes Vossa preciosíssima vida por mim! E que Vos devo dar eu? Que poderia receber de mais grandioso? Pensar que esse mesmo sacrifício se renova todos os dias sobre o altar, de forma incruenta, podendo me beneficiar dele totalmente! Ah, Senhor, aceitai meu pobre ser, meu corpo, minha alma, meus parentes, tudo o que me pertence agora e no futuro, até os meus méritos. Tudo é Vosso, Senhor, e a Vós entrego em retribuição, por meio de Maria Santíssima.
Vós me ensinais neste passo o quanto devo agir com equilíbrio, dominando minhas paixões em todas as circunstâncias da vida. Nenhuma impaciência, febricitação ou nervosismo. Sempre Vos tomarei como exemplo, cofiando mais e mais no poder de Vossa graça.

Alma de Cristo, santifica-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora de minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós.
Para que Vos louve com vossos santos,
Por todos os séculos dos séculos. Amém.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.



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XIII ESTAÇÃO

JESUS É DESCIDO DA CRUZ


V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Leitura:


Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e O envolveram em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar (Jo 19, 38-40).


Meditação:


Morto Jesus, aplacada estava a fúria de seus inimigos... Terrível engano! Basta considerar as perseguições havidas nestes dois milênios de cristianismo, do Coliseu até aos numerosos mártires de nossa época.
E por onde andavam os doze Apóstolos? Por que não foram adorar o Corpo de Jesus, antes de ser sepultado? Se a razão era o temor, não poucas justificativas deveria ter José de Arimateia, pois “era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus”.
A Providência traça com perfeição as linhas da História. José de Arimateia, além de ser nobre, era muito relacionado com Poncio Pilatos, reunindo portanto as condições favoráveis para dele obter a autorização necessária para que Jesus não fosse enterrado como um condenado qualquer, mas sim como uma pessoa ilustre. Quem, a não ser José, teria coragem de se apresentar ao governador romano para lhe pedir o corpo de um crucificado? Por isso, a respeito dele comenta São João Crisóstomo: “Veja-se o valor deste amor: põe-se em perigo de morte atraindo sobre si as inimizades de todos, por seu afeto a Jesus Cristo...”.
Que graça única destes a este José! A de poder descer da Cruz, com o auxílio de Nicodemos, o Divino Corpo de Jesus. Por respeito, ou por outras razões ainda mais elevadas, o Evangelho não descreve as dores da Mãe de Deus nesta hora tão dramática, Ela, que conferia e guardava no coração todos os acontecimentos! Como teria recebido em seus braços Aquele corpo inanimado, todo ferido e ensanguentado?
O Evangelista faz notar nem o fato de terem seguido, no sepultamento, o ritual costumeiro. Tudo conduzia à mais alta simbologia: os panos eram de linho, não de seda, nem bordados a ouro; e o linho só depois de muito alvejado se torna branco. “Significa que o corpo d'Aquele que foi tomado da terra (isto é, da Virgem) pelo trabalho da Paixão, chegou ao candor da imortalidade”, diz São Jerônimo. É esta a razão pela qual a Santa Igreja não celebra o Santo Sacrifício do Altar sobre seda ou qualquer outro tecido, por mais rico que seja, mas sobre linho branco.



(Breve pausa para reflexão)



Oração:

Ó Sagrado Corpo de Jesus, Vós Vos encontrais separado de Vossa Santíssima alma, mas ainda unido à Divindade e, portanto, absolutamente adorável. Vendo-Vos assim sem vida, sinto meu coração gemer. Essas mãos que restituíram a Malco a orelha cortada, deram ordens aos mares e às tempestades, expulsaram os vendilhões do Templo, fizeram o bem por todo Israel, já não se articulam. Vossos pés que caminharam sobre as águas e cruzaram todas as distâncias de Vossa nação em busca dos necessitados, não se movem. Vossa voz que fazia estremecer os fariseus, mas perdoava com doçura os pecadores arrependidos e arrancou de seu túmulo a Lázaro ressurrecto, já não se faz ouvir. Vosso olhar que santificou Pedro, agora é vítreo. Uma só chaga Vos cobre de alto a baixo.
Ó Virgem Dolorosa, eu Vos imploro a insigne graça de manter diante de mim, pelo resto de minha vida, essa terrível imagem da gravidade do pecado. Se houvesse eu cometido um só pecado e fosse o único em todo o gênero humano, aí estaríeis Vós com esse Corpo sagrado em Vossos virginais braços, por minha causa. Perdão, minha Mãe, perdão! E ajudai-me a nunca mais pecar!

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

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XIV ESTAÇÃO

JESUS É SEPULTADO


V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Leitura:

No lugar em que Ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade do túmulo. Depois (José de Arimateia) rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro e foi-se embora. Maria Madalena e outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo (Jo 19, 41-42; Mt 27, 60-61).


Meditação:

Maria deu a luz um único Filho. Seu claustro materno não foi habitado por mais ninguém, a não ser Jesus. Assim também o Santo Sepulcro. O tempo avançava, eram demoradas as diligências para obterem a permissão de Pilatos, descer da Cruz o Corpo sagrado do Senhor não era operação rápida, todas as circunstâncias favoreceram a escolha de um túmulo nas proximidades. Sepulcro virgem, pois nem antes, nem depois, algum outro nele fora sepultado.
“Mais uma vez os acontecimentos são conduzidos pela Sabedoria de Deus. Evitou-se assim qualquer sombra de dúvida sobre a Ressurreição. Foi Jesus que ressuscitou e não o cadáver de qualquer outra pessoa. E dada a proximidade do Sepulcro, tornou-se mais fácil comprovar, tanto pelos discípulos quanto pelos soldados romanos postos ali pelos fariseus, a falsidade da suposição do roubo de Seu Corpo.
“O Salvador foi depositado num túmulo que não era o Seu, dando assim a conhecer que morria pela salvação dos outros; por que haveria de ser colocado num sepulcro próprio Quem não havia morrido por Si? Por que haveria de ter túmulo na terra Aquele cujo trono permanecia no Céu? Por que haveria de ter sepultura própria Quem não esteve no sepulcro mais do que três dias, não como morto, mas como que descansando num leito? O sepulcro é a habitação da morte; não era necessário, portanto, que Cristo, que era a vida, tivesse habitação de morte; nem necessitava habitação de defunto Quem nunca morre” (Santo Agostinho).
Uma grande pedra nos separa, neste momento, do Corpo Sagrado de Jesus. Quem tivesse Fé, poderia adorar a Jesus em Corpo e Divindade presente no Sepulcro, e d'Ele se beneficiar recebendo graças concedidas diretamente pelo Salvador. Esse foi o grande consolo das Santas Mulheres.
“Depois que o Corpo do Senhor foi sepultado (os outros foram para casa) unicamente continuaram ali as mulheres, que mais O haviam amado...” (São Remígio).
“As mulheres perseveraram em seu dever, esperando o que Jesus havia prometido; por esta razão mereceram ser as primeiras que viram a Ressurreição, porque ‘quem persevera até o fim, se salvará’” (São Jerônimo).
Felizes as Santas Mulheres! Mais felizes ainda somos nós, pois temos a Jesus em Corpo, Sangue, Alma e Divindade na Eucaristia. Nela nós O adoramos, não com “uma grande lápide” de permeio, mas tão somente através dos véus das Sagradas Espécies e da custódia.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó meu Jesus morto e sepultado, aqui me encontro eu, em companhia das Santas Mulheres para Vos adorar. Com elas Vos peço a graça de jamais me separar de Vós e, permanecendo assim unido habitualmente a Vós por um dom sobrenatural, possa com São Paulo afirmar: “já não sou eu que vivo, é Cristo Jesus que vive em mim” (Gal 2, 20).
Sim, Vós sois morto e colocado num túmulo para que eu tenha vida e de maneira superabundante. Que a vida neste transe, afastada de Vós, penetre no mais fundo de minha alma, a ponto de participar do Vosso próprio poder: “Tudo posso n'Aquele que me conforta” (Fl 4,13).
A Vós, ó Virgem, recorro a fim de que me obtenhais de Jesus sepultado, a confirmação na graça de Deus para, um dia, seguindo os Vossos caminhos e os d'Ele, possa eu ressuscitar para a glória.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

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ORAÇÃO FINAL


Ó Virgem Dolorosa, ao terminar este exercício de piedade tão elevado e proveitoso para minha pobre alma, meus olhos se voltam para Vós. Ao longo de cada passo desta Via Sacra fui favorecido por Vossa maternal ajuda; todos os meus bons movimentos interiores tiveram em Vossa bondade a sua causa. Virtudes e dons desabrocharam em meu espírito por iniciativa e mediação de Vossa misericórdia.
Vêm-se à lembrança, neste momento, as aflições afloradas em Vosso Sapiencial e Imaculado Coração, ao ouvirdes as palavras do velho Simeão, ou mesmo ao perderdes Jesus Menino no Templo. Preparações e prefiguras da divina tragédia que agora se encerra nesta meditação. Uma espada de dor transpassou Vosso Coração, Jesus está morto e sepultado.
Entretanto, por um privilégio todo especial, Jesus Hóstia permaneceu em Vosso claustro interior, durante todo o tempo da Paixão. Sim, após terdes comungado durante a Santa Ceia, as Sagradas Espécies não se deterioraram em Vós. Desde aquele momento, o dom da permanência Eucarística Vos foi concedido.
Que Sagrado Mistério! Toda a Paixão de Jesus desenrolou-se em seus mínimos pormenores, no mais íntimo de Vosso puríssimo claustro materno. Por isso, quero adorar a Jesus desde Sua prisão no Horto das Oliveiras até Seu sepultamento, na Sagrada Eucaristia que se conservou em Vós. N'Ela se deu a Flagelação, a Coroação de Espinhos, a subida ao Calvário, a Crucifixão, Morte e Sepultamento. N'Ela a Divina Alma do Salvador se separou do adorável Corpo, mantendo-se sempre a união com a Divindade.
Em Vós, ó Virgem Dolorosa, recordo a síntese de todos os episódios por mim meditados. Que graças místicas não Vos devem ter sido concedidas em meio àquelas angústias! Graças de sentir em Si mesma as próprias dores do Redentor. Não é sem razão que, debaixo de certo ângulo, Vós podeis ser chamada de Corredentora.
E é a Vós “que recorro e de Vós me valho, gemendo sob o peso de meus pecados”, na inabalável convicção de que “nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado Vossa assistência e reclamado Vosso socorro, fosse por Vós desamparado”. É a Vós que recorro, imploro e reclamo pelo perdão de meus pecados, pela minha salvação eterna e pela total santificação de minha alma.
E muito Vos peço ainda pela sociedade em geral, e pela própria Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, para que cheguem à plenitude de seu esplendor e graça, e possa assim ser realizada a proclamação universal do triunfo de Vosso Imaculado Coração:
“Por fim Meu Imaculado Coração triunfará!”. Amém.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acabo de tomar ciência desta tão tocante Via Sacra composta po João Clá Dias. Quero dizer-lhes que será de grande utilidade em minha paróquia neste tempo da Quaresma. Muito obrigado!