segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008



III ESTAÇÃO

JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ


V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Leitura:

Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagava por nossas iniquidades. O castigo que nos salvou pesou sobre ele, e fomos curados graças às suas chagas (Is 53,5).
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna (Jo 12,24-25).



Meditação:


Terríveis são os nossos crimes, eles fazem cair um Deus feito homem!
Não era longo o caminho até o Calvário, mas Jesus ainda cairá duas vezes mais. O esgotamento produzido pela flagelação, sucedida da coroação de espinhos, a noite sem dormir... O peso de nossas ofensas O faz perder as forças.
Bem poderia negar-Se continuar Sua Via Sacra. Bastaria todo o ocorrido até aqui para justificar uma incapacidade de prosseguir. Mas, Ele deseja ensinar-nos a nunca desanimar. Neste passo, Ele demonstra estar disposto a nos reerguer de nossas quedas, por piores que sejam.


(Breve pausa para reflexão)


Oração:


Ó Jesus, castigado por meus crimes e esmagado por minhas infidelidades, quanto Vos adoro e Vos agradeço por quererdes reerguer-me de minhas quedas. Elevai-me desta situação em que me encontro, produzi em mim uma verdadeira conversão, para que eu retorne ao caminho de minha salvação e nunca desanime. Que eu deteste tudo aquilo que me separa de Vós, morra para o pecado e jamais desconfie do Vosso socorro.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.


V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.


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IV ESTAÇÃO

ENCONTRO DE JESUS COM SUA MÃE SANTÍSSIMA




V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/.
Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.



Leitura:

Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este Menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2,34-35).
Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta (Lm 1,12).


Meditação:

Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51). Devia Ela lembrar-se com exatidão das palavras do Arcanjo São Gabriel durante a Anunciação: “Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o Seu reino não terá fim” (Lc 1,32-33).
“Mas como seriam esse trono e esse reino – deveria penar Ela – se meu Filho é uma só chaga da cabeça aos pés, sem forças sob o peso da Cruz?”.
Maria, por sua sabedoria, conhecia profundamente a imensa gravidade do pecado. Mas seria necessário levar as coisas a esse ponto? Quem poderia imaginar cena mais trágica? Uma espada de dor penetrou sua alma puríssima e ali depositou um sofrimento lancinante.


(Breve pausa para reflexão)


Oração:



Ó Virgem Dolorosa, perdão! Perdão pela grande culpa que tenho neste passo da Paixão. Reconheço as minhas faltas e Vos agradeço por Vos terdes associado aos tormentos de Vosso Divino Filho para me redimir. Ó celeste Corredentora, invoco essa sagrada troca de olhares entre Mãe e Filho, em circunstâncias tão dramáticas, para implorar perdão. Somando o amor de todos os anjos e santos até o fim do mundo, em nada se compararia ao amor de um Deus a Sua Mãe, ou ao da Mãe a seu Filho Deus. Bastaria essa relação de olhares para restaurar minha inocência perdida. É o momento, ó Maria Santíssima: restaurai-me em minha inocência!

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

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V ESTAÇÃO

SIMÃO CIRENEU AJUDA JESUS A CARREGAR A CRUZ


N/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Leitura:


Esperei em vão quem tivesse compaixão de mim, quem me consolasse e não encontrei (Sl 68, 21).
Depois de terem escarnecido d'Ele, tiraram-Lhe a púrpura, deram-Lhe de novo as vestes e conduziram-No fora para o crucificar. Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no que lhe levasse a Cruz (Mc 15, 20-21).


Meditação:


Aí está diante de nossos olhos o Criador do universo já quase sem fôlego e sem forças. Receiam os soldados romanos que venha a morrer o Divino condenado, antes mesmo de chegarem ao Gólgota. É urgente encontrar alguém que O auxilie a terminar o percurso. Quem poderia ser? Pois ajudar a carregar aquele objeto de infâmia – a cruz – era ocasião para toda espécie de humilhações.
O centurião que comandava os soldados romanos vê Simão. Quem era ele? Sabe-se somente que era de Cirene, que vinha do campo e que era pai de Alexandre e Rufo. Quase um anônimo. Embora tenha sido obrigado a levar a Cruz com Jesus, de alguma forma cooperou com a obra de Redenção.
Oh! exemplo extraordinário para mim! Mesmo sendo inocente – se assim o for, tanto melhor – e muito mais se eu for pecador, devo lembrar-me das palavras do Divino Mestre: “Quem não toma a sua cruz e não Me segue, não é digno de Mim” (Mt 10,38).
É indispensável eu tomar a minha cruz, ou seja, aquela responsabilidade, aquela humilhação, a cruz da honestidade e da retidão de consciência, da prática da virtude. É preciso que eu seja perfeito.
A minha via é a de Jesus. É necessário eu sofrer e morrer com Ele para, depois, com Ele ressuscitar. É pela Cruz que se chega à luz.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:


Ó Jesus que neste passo de Vossa Paixão pedis a minha ajuda, aqui estou para Vos servir, Senhor! Com o auxílio de Vossa graça, estou disposto a enfrentar a opinião dos outros e levar ao alto o estandarte da prática da virtude. Quero seguir-Vos com minha cruz. Ajudai-me a ajudar-Vos, Senhor, e que eu jamais Vos ofenda pela covardia diante das risotas dos outros. Que Vossos mandamentos sejam minha lei e a minha vida. Quero carregar minha cruz e seguir-Vos.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.


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VI ESTAÇÃO

VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS


V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Leitura:


Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio; eis por que não me senti desonrado (Is 50, 6-7).
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz de Vossa face. Confiado na Vossa justiça, eu contemplarei a Vossa face; ao despertar, saciar-me-ei com a visão de Vossa imagem (Sl 4,7; 16,15).

Meditação:


Gesto comovedor! Quanto eu gostaria de ter feito o mesmo: enxugar o rosto de Jesus. Sangue, suor e lágrimas de um Deus a rolarem pela Sagrada Face. Somente a memória dos que estavam ali presentes – e puderam contemplar a mais bela de todas as fisionomias, marcada pela mais aguda das dores – guardou aquela cena pungente. Homem como nós, também Ele é sensível a um gesto de afeto.
“Vera icona”, ou seja, verdadeira imagem. Esse é o significado do nome daquela que se compadeceu de Jesus e Lhe enxugou o rosto. Que lhe poderia oferecer Ele, naquele momento, em retribuição por tão distinta atitude? Sua verdadeira Face. Jesus quis deixar-nos esta preciosa mensagem: sempre que, de alguma forma, eu Lhe enxugar a Face, Sua fisionomia se estampará em minha alma, serei outro Cristo. Sim, “Christianus alter Christus”, o cristão é um outro Cristo.
Se, na vida de todos os dias, me empenhar em auxiliar o próximo a trilhar as vias do Evangelho, da Salvação, a face de Cristo se fixará em meu espírito, eu me tornarei semelhante a Ele. Pois o amor torna aquele que ama semelhante ao objeto amado.
Neste trecho da Via-Sacra, Jesus e Verônica me convidam a imitá-los. Que em minha existência eu não perca uma só oportunidade de enxugar a Sagrada Face de Jesus, e assim possa apresentar-me no dia de meu juízo como um verdadeiro espelho da santidade d'Ele.




(Breve pausa para reflexão)


Oração:



Ó adorável e Sagrada Face de Jesus! Perdão por todos os meus egoísmos. Perdão por tanta dureza de coração. Quantas vezes eu não fui indiferente em relação ao Vosso sangue, suor e lágrimas! Quantos não Vos encontraram durante Vossa Paixão e pouco se importaram diante de Vossas dores! Não terei sido um destes, até o presente momento? Compreendo agora, por um auxílio de Vossa graça, o Vosso mandamento: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado” (Jo 13, 34). Vós quereis de mim que eu seja atencioso com os necessitados de meu auxílio, bondoso para com os humildes, forte para com os orgulhosos. Estou disposto a proceder assim.
Ó diligente Verônica, ajudai-me a ser fiel neste chamado de Jesus. Que eu O imite a cada segundo em minha vida, e assim receba, em minha alma, a verdadeira imagem de nosso Redentor.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

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